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SAÚDE e MEDICAMENTOS - Ébola

Vírus

Febre Hemorrágica Ébola

O que é?

É uma doença grave, potencialmente mortal, provocada pelo Vírus Ebolavirus e caracterizada por febres altas e hemorragias.

Quais os sintomas?

Os sintomas característicos são febre alta, dores musculares, dores de garganta e de cabeça, seguidos de náuseas, vómitos, diarreia, manchas na pele, insuficiência hepática e renal e hemorragias internas e externas.

Como se transmite?

É transmitida por contacto direto com o sangue ou outros fluidos corporais (como saliva, urina e vómito) de pessoas infetadas, mortas ou vivas. Pode ser transmitida por contacto sexual não protegido com doentes até três meses depois de estes terem recuperado da doença. A doença pode também ser contraída por contacto direto com sangue e outros fluidos corporais de animais selvagens infetados, mortos ou vivos, como macacos, antílopes e morcegos.

Fases da Doença:

Passados dois dias e até 21 dias após a exposição ao vírus, a doença pode manifestar-se subitamente, com febre, dores musculares, debilidade, dores de cabeça e dores de garganta, insuficiência hepática e renal.
Alguns doentes apresentam igualmente hemorragias internas e externas abundantes e insuficiência de vários órgãos.

Como se previne?

O risco de infecção pelo vírus Ébola é muito baixo mesmo para quem vive em zonas afetadas ou tiver viajado para essas zonas, exceto se houver exposição direta a fluidos corporais de pessoas ou animais infetados, mortos ou vivos. O contacto com fluidos corporais inclui o contacto sexual não protegido com doentes, até três meses depois de estes terem recuperado da doença. O contacto ocasional em locais públicos com pessoas que não pareçam estar doentes não transmite o vírus. Os mosquitos também não transmitem o vírus Ébola. Não há evidência de transmissão por aerossol deste vírus, como acontece com o vírus da gripe. O vírus Ébola é facilmente eliminado pela utilização de sabão, lixívia, pela ação da luz solar e por temperatura elevada ou secagem. A lavagem na máquina de vestuário que tenha sido contaminado com fluidos destrói o vírus. Este vírus sobrevive apenas por pouco tempo em superfícies que estejam expostas ao sol ou que tenham secado. Pode sobreviver por mais tempo em roupas ou tecidos que foram manchados com sangue ou outros fluidos corporais. Existe um risco de transmissão de Ébola através do contacto com utensílios ou materiais contaminados em contextos de prestação de cuidados de saúde se não se aplicarem devidamente os procedimentos corretos de controlo da infecção.

Meios de Diagnóstico

As infecções por vírus Ébola podem ser diagnosticadas por diversos testes laboratoriais, como o isolamento do vírus, a detecção de ARN ou proteínas víricas ou a detecção de anticorpos para o vírus. O isolamento do vírus pode ser feito em cultura celular, o ARN detectado através de PCR (Polimerase Chain Reaction) e as proteínas detectadas através de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay).

Qual o tratamento?

Ainda não há tratamento, nem vacina contra o vírus ébola. Em situações de surto, a taxa de mortalidade é de 90%. Os tratamentos possíveis são:

  • Hidratação;
  • Manutenção dos níveis de oxigénio;
  • Controlo da pressão arterial e
  • Tratamento de infecções simultâneas.

Existem alguns tratamentos ainda em fase de experimentação, incluindo a utilização de sangue e soro de doentes sobreviventes à infecção por vírus ébola, que devido à gravidade da situação, estão a ser utilizados na tentativa de controlo do surto.

 

Recomendações para viajantes

Em caso de necessidade de viajar para os países afetados pelo surto de ébola, deve-se seguir as recomendações da DGS:

  • Cumprir regras básicas de higiene (lavar as mãos com frequentemente com sabão ou antissépticos);
  • Evitar o contato com pessoas suspeitas de infecção ou durante as cerimónias fúnebres;
  • Evitar relações sexuais não protegidas;
  • Não mexer em objetos ou material usado no tratamento dos doentes;
  • Não tocar em animais selvagens, vivos ou mortos (macacos, morcegos, antílopes, etc.), nem consumir a sua carne;
  • Evitar habitats que possam ser povoados por morcegos, tais como cavernas, abrigos isolados ou instalações mineiras;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de os consumir;
  • Procurar imediatamente o médico em caso de aparecer algum dos sintomas;
  • Informar a tripulação se tiver algum dos sintomas;
  • Vigiar o estado de saúde nos 21 dias após a viagem;
  • No caso de se apresentar algum dos sintomas deve-se ligar para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) para esclarecer a situação.

14-10-2014

História Epidemiológica

1976
Foi identificado em 26 de Agosto em Yambuku na República Democrática do Congo o primeiro caso de infecção por Ebolavirus.
Posteriormente foram relatados novos casos (318), centrados no hospital de Yambuku, que originaram u ma mortalidade de 88%.
Outra espécie de Ebolavirus foi identificada no Sudão e afetou 284 pessoas.
O surto foi controlado com medidas sanitárias.

1995
Segundo grande surto na República Democrática do Congo. Morrem 254 pessoas das 315 afetadas.

2000
No Uganda morrem 224 pessoas das 425 infetadas pelo vírus do Sudão.

2003
Outro surto na República Democrática do Congo com uma mortalidade de 90%.

2007
Novo surto de febre hemorrágica surge após os funerais de dois chefes da aldeia de Kampungu, no Congo.

Em 30 de Novembro é confirmado um novo surto de Ébola no Uganda. É identificada uma nova espécie do vírus.

2012
Surto de pequena dimensão no Uganda.

Em 17 de Agosto foi relatado um novo surto na República Democrática do Congo. A causa provável seria a caça de animais selvagens por moradores locais em torno de Isiro e Viadana.

2014
Em Março a Orgnização Mundial de Saúde (OMS) informou sobre um grande surto de Ébola na Guiné Conacri. Em 8 Agosto foi declarada epidemia e uma emergência de saúde pública internacional.
Em meados de Agosto a organização Médicos Sem Fronteiras denuncia a situação catastrófica na capital da Libéria. No final de Agosto a doença já se tinha espalhado para a Nigéria.
A 6 de Setembro são já 4293 os casos suspeitos e 2296 as mortes causadas por Ébola. Muitos profissionais da saúde estão a morrer por falta de meios.

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