Free cookie consent management tool by TermsFeed Policy Generator

SAÚDE e MEDICAMENTOS - Pele intolerante

Pele

Pele intolerante

A pele sensível é uma pele que reage de uma forma excessiva a estímulos normais internos e/ou externos. A pele sensível não é, forçosamente, uma pele alérgica. Trata-se de uma pele vulnerável às agressões exteriores. Os sintomas, perante determinados estímulos, podem ser de ardor, repuxamento, sensação de picada, eritema, ressecamento, pele descamativa, edema e vesículas.

São vários os fatores que desencadeiam ou agravam a sensibilidade da pele:

  • Fatores internos: psicológicos, hormonais, etc.
  • Fatores externos:
    • ambientais: frio, vento, calor, sol, poluição;
    • hábitos alimentares: álcool, comina picante, café;
    • produtos de higiene inadequados, água calcária, vestuário;
    • medicamentos.

 

Em contacto com os fatores desencadeantes, a pele facilmente fica ruborizada, induzida por mediadores pró-inflamatórios que causam vasodilatação e fragilização dos vasos sanguíneos. A vermelhidão pode ser permanente (eritrose) e os vasos sanguíneos visíveis (telangiectasias), conhecido por rosácea. A dilatação permanente dos vasos da derme é mediada, em parte, pelo VEGF (fator de crescimento vascular endotelial), que é sintetizado pelos queratinócitos.

A VEGF é uma glicoproteína responsável pela formação de novos vasos (angiogénese) e é importante para o processo de vasodilatação e permeabilização que se verifica. Fixando-se aos recetores na superfície das células endoteliais, estimula a síntese de enzimas (MMPs-Matriz Melato-Proteases) na derme, que quebram as fibras de colagénio e elastina, originando relaxamento e enfraquecimento da parede dos vasos sanguíneos.

Tratamento da pele intolerante

Para cuidar da pele intolerante e proporcionar conforto diário é indispensável ter alguns cuidados:

  • Limpar a pele com um produto suave e fluido;
  • Usar água termal depois da higiene para apaziguar o desconforto cutâneo;
  • Finalizar com o uso de um creme para peles intolerantes, que normalmente têm o mínimo de ingredientes e não têm perfume.

Rosácea

A rosácea é uma doença vascular inflamatória crónica, com períodos agudos e de melhora, que se manifesta por vermelhidão na zona central do rosto, testa, nariz e bochechas. Se não for tratada poderá tornar-se permanente, com formação de pequenas pústulas, semelhantes à acne. Afeta, sobretudo, as pessoas de pele clara, a partir dos 25 anos, com um pico após os 45 anos. Mais comum nas mulheres, mas mais grave nos homens, pode atingir até 10% da população.

A rosácea não é uma doença contagiosa, pelo que não pode ser transmitida através do contacto com a pele ou objetos do doente. As causas do desenvolvimento da rosácea não estão totalmente esclarecidos. Vários fatores, como sistema imunológico, reações inflamatórias, microorganismos da pele (Dermodex folliculorum e Bacillus olenorius), raios ultravioleta e alterações nos vasos sanguíneos poderão desencadear a doença.

Existem 4 subtipos de rosácea:

  • Rosácea eritemato-telangiectásica
    Apresenta rubor persistente no nariz e bochechas, com episódios de sensação de calor e vermelhidão intensa na face. Aparecem pequenos vasos sanguíneos chamados de telangiectasias. A pele está ressequida;

  • Rosácea pápulo-pustulosa
    Apresenta pápulas e pústulas na zona central da face. As lesões são parecidas com acne comum, mas não apresentam os pontos negros e espinhas característicos desta;

  • Rosácea fimatosa
    A pele está hipertrofiada e espessa, sendo irregular. Envolve, sobretudo, o nariz, tendo o nome de rinofima, mas também pode afetar outras zonas do rosto;

  • Rosácea ocular
    Manifesta-se por vermelhidão nos olhos, terçolho, sensação de corpo estranho, olho seco, visão embaçada, coceira e lacrimejamento. Pode estar associada às outras formas de rosácea.

Dicas para quem tem Rosácea

1. Limpeza da pele: A higiene do rosto deve ser feita com cuidados específicos para a Rosácea, que confiram maior suavidade e frescura.

2. Evitar cosméticos agressivos: Os cuidados cosméticos devem ser específicos para a Rosácea, ricos em princípios ativos calmantes e suavizantes e que atuam nas alterações cutâneas da Rosácea.

3. Utilizar protetor solar: Deve ser aplicado protetor solar diariamente com um SPF mínimo de 30.

4. Barba: Deve ser utilizada máquina de barbear em vez de lâminas.

5. Alimentação: Deve-se evitar alimentos vasodilatadores (alimentos muito quentes e condimentados), assim como bebidas alcoólicas.

6. Cosméticos corretores: Para cobrir a vermelhidão e os pequenos derrames, deve-se  utilizar cosméticos corretores, adaptados à pele com Rosácea. Estes melhoram estado da pele e disfarçam as imperfeições.

Tratamento da rosácea

Não havendo tratamento definitivo, este pode variar de um doente para o outro, dependendo dos sintomas e do tipo de rosácea a tratar.
É importante reconhecer quais os fatores desencadeantes e agravantes. O uso de protetor solar e necessário para evitar os efeitos dos raios ultravioleta no agravamento da situação.

Na rosácea papula-pustulosa, usam-se cremes e geles com tretinoína, peróxido de benzoílo, ácido azelaico, metronidazol e doxiciclina (necessitando alguns de receita médica) e tratamentos orais com antibióticos (tetraciclina, minociclina e eritromicina) de prescrição médica obrigatória.

Na rosácea eritemato-telangiectásica,  recorre-se a cremes que atuam diminuindo e prevenindo a vermelhidão. Atuam na causa vascular por inibição da síntese de VEGF, o fator responsável pela vermelhidão. Outros componentes atuam na causa inflamatória, por inibição da cascata inflamatória de prostaglandinas e redução da expressão de citocinas pró-inflamatórias. Em alguns casos, o tratamento com laser é uma opção.