O sono é regulado por um relógio biológico. O principal regulador é a melatonina, uma hormona produzida pela glândula pineal do cérebro. Esse relógio é moldado geneticamente e depende de fatores externos, como luz, ruídos, odores, vida s ocial, etc. Quando a hormona é libertada provoca no organismo reações que se traduzem, por exemplo, no abaixamento da temperatura corporal e da pressão arterial.
O desempenho físico e mental estão diretamente ligados ao descanso do sono. O resultado de uma noite em claro resulta em coordenação motora e raciocínio afetados. Durante o sono profundo, muitas proteínas são sintetizadas para manter ou expandir as ligações dos neurónios, que estão ligados à memória e aprendizagem.
Durante uma noite de sono o organismo passa por diferentes fases do sono que se repetem algumas vezes durante as horas de sono.
1ª fase |
Adormecer. Pode durar até 15 minutos.
2ª fase |
Sono leve. Nesta fase a temperatura corporal, as ondas cerebrais, o ritmo cardíaco e respiratório diminuem. Pode durar até 20 minutos.
3ª fase |
Início do sono profundo. As ondas cerebrais são grandes e lentas. Cada ciclo dura cerca de 10 minutos.
4ª fase |
Sono profundo. Fase de inconsciência. Nesta fase o corpo recupera do cansaço diário. É durante esta fase que se produzem as hormonas do crescimento e se recuperam as células e os órgãos. Dura cerca de 55 minutos.
Sono REM |
A atividade cerebral é muito intensa e desencadeia o processo de formação dos sonhos. Os músculos ficam paralisados, a frequência cardíaca e respiratória aumenta e a tensão arterial sobe. Nesta fase o cérebro filtra a informação captada durante o dia. Dura cerca de 10 minutos. Passado este tempo retoma-se o sono calmo.
Durante uma noite de sono percorre-se 4 a 5 vezes o circuito do sono.
Enquanto se dorme o organismo continua a trabalhar na recuperação:
Os problemas relacionados com o sono mais comuns são a insónia e a sonolência excessiva durante o dia. A primeira consiste na dificuldade em adormecer ou em continuar a dormir, despertar cedo ou alteração na qualidade do sono parecendo insuficiente. A sonolência excessiva refere-se a pessoas anormalmente sonolentas durante o dia.
Cerca de 10% dos adultos sofre de insónia crónica e 30 a 50% de insónia passageira. Quando o sono é afetado, as pessoas ficam sonolentas, cansadas e irritadas durante o dia, têm dificuldade em trabalhar e concentrar-se e podem adormecer durante o trabalho ou ao volante.
Dificuldade em adormecer, por alterações do relógio interno, ligados ao ritmo circadiano, desfasamento dos horários por trabalho por turnos.
Dificuldade em permanecer a dormir e acordar mais cedo do que desejado. A dificuldade em permanecer a dormir é mais comum nas pessoas de mais idade. Pode acontecer em pessoas que usam certos medicamentos, álcool, cafeína ou tabaco. Pode, também ser um sinal de depressão.
Fazer pequenas sestas durante o dia podem tornar mais difícil o dormir da próxima noite
Os medicamentos, quando utilizados por um longo período de tempo ou quando interrompidos (abstinência), podem causar insónia e sonolência excessiva. Muitas drogas que alteram a mente (psicoativas) podem causar movimentos anormais durante o sono e podem perturbar o sono.
Alguns sintomas são motivos de preocupação:
As pessoas devem consultar um médico se apresentarem sinais de alerta ou se os seus sintomas relacionados ao sono interferirem com suas atividades diárias.
As pessoas saudáveis com sintomas de curta duração podem tentar implementar mudanças de comportamento para melhorar a qualidade do sono ou recorrer a alguns medicamentos de venda livre para a insónia