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SAÚDE e MEDICAMENTOS - Efeitos do Sol

Imagem de wavebreakmedia_micro no Freepik

Praia

Efeitos dos raios solares

Quais são os raios solares mais prejudiciais?

São fundamentalmente os ultravioletas: UVA, UVB, UVC.

Os UVA provocam bronzeamento rápido de curta duração e reforçam os efeitos dos UVB. São radiações que existem todo o ano e são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele.

Os UVB provocam estimulação das células que originam o bronzeamento. São os principais responsáveis pelas queimaduras e cancro cutâneo.

Os UVC não atingem a superfície terrestre porque não atravessam a camada de ozono. São os mais perigosos.

 

Quais são os efeitos do sol?

O Sol é indispensável, porque sem ele não existiria vida na Terra. No entanto, também tem efeitos prejudiciais, para os quais é preciso proteção. O sol produz efeitos gerais e efeitos locais sobre a pele.

Entre os efeitos gerais encontra-se a regulação dos ritmos do organismo, contribuição para o bem-estar psíquico, desenvolvimento de defesas contra as infecções, produção de vitamina D no organismo e aquecimento.

Os efeitos locais sobre a pele dividem-se em efeitos de curto médio e longo prazo consoante o tempo que demoram a observar-se.

A curto prazo, logo após a exposição solar, a pele fica mais escura. Esta cor que desaparecer ao fim de poucas horas. Uma exposição ao sol sem proteção solar pode provocar queimadura que se mantém cerca de 2 dias. A queimadura manifesta-se com vermelhidão, dor e sensação de queimadura. Se for grave, pode ocasionar febre, dor de cabeça, vertigens, náuseas, etc. Mais tarde, a pele pode acabar por cair, ficando novamente clara. Após uma queimadura, a pele só deve ser exposta ao sol depois de curada.

A médio prazo provoca o bronzeamento, cor que surge ao fim de 2 dias de exposição ao sol e que atinge o máximo ao fim de 20 dias. A cor bronzeada surge por aumento da produção de um pigmento da pele, chamado melanina, produzido como defesa e adaptação da pele aos UVB do Sol.

A longo prazo surgem os problemas mais graves. A pele não esquece as agressões que sofre ao longo da vida e soma-as. A exposição prolongada e/ou frequente, provoca:

  • Cancro da pele (melanoma);
  • Provoca e agrava outras doenças como o eczema solar, herpes labial, "couperose", acne juvenil, vitiligo, etc.
  • Alergias ao sol.

Fatores de risco do Melanoma:

  • Antecedentes pessoais e familiares de melanoma.
  • Múltiplos sinais.
  • Pele clara, olhos claros e tendência para formar sardas.
  • Cabelo ruivo ou louro.
  • Queimadura fácil ao sol; bronzeamento difícil.
  • Exposições ao sol irregulares e intensas.
  • Atividades ao ar livre.
  • Exposições indiscriminadas aos UVA: solários.

As queimaduras solares (“escaldões”), especialmente durante a idade jovem, também aumentam o risco de melanoma.

Deve-se controlar os sinais e no caso de haver qualquer alteração suspeita consultar o dermatologista.

Alergias ao sol 

São o que se chama de fotossensibilidade. Podem surgir com gravidade variável e são cada vez mais frequentes. Surgem quando  a pessoa que toma ou aplica na pele um medicamento e expõe ao Sol. Há medicamentos que provocam esta reação com mais frequência e gravidade do que outros. Para além dos medicamentos, há outros produtos que podem provocar fotossensibilidade, se aplicados na pele como produtos de higiene (desodorizantes, "after shave"), água de colónia, cosméticos, etc. 

Regras para bem viver com o sol

  • Evitar expor-se ao sol entre as 12 e as 16 horas. Planear as atividades ao ar livre para o princípio da manha ou final da tarde.
  • Fazer uma exposição progressiva ao sol. Ter muito cuidado nos primeiros dias e evitar permanecer imóvel muito tempo.
  • Utilizar protetores adequados ao tipo de pele e às condições de exposição solar. Nos primeiros dias utilizar produtos com fatores elevados de proteção solar. A maioria dos protetores solares filtram os raios UVB. Os que protegem dos UVA são chamados de "écran total".
  • Aplicar o protetor 30 minutos antes da exposição e repetir de 2 em 2 horas, ou a seguir ao banho, ou transpiração excessiva.
  • Após o banho expor apenas o suficiente para secar.
  • Proteger, particularmente bem, as zonas mais sensíveis do corpo como os lábios, rosto, ombros e pescoço...
  • Aplicar um filtro solar mesmo se estiver à sombra de um chapéu de sol; a luz refletida pela areia pode ser suficiente para lhe provocar uma queimadura. Quando se viaja de carro, se está no campo ou na cidade poderá ser necessário colocar protetor.
  • Evitar a aplicação de perfumes ou ingestão de substâncias fotossensibilizantes (medicamentos). Podem surgir manchas cutâneas irreversíveis.
  • Ter em atenção que mesmo em dias de sol encoberto, nevoeiro ou dentro de água está sujeito a queimaduras. Apesar de não se sentir o calor, a radiação solar que queima passa na mesma.
  • Se o Sol estiver muito quente, as crianças, as pessoas sensíveis e as de pele clara devem vestir camisola.
  • Ter em conta a reflexão dos raios solares (areia, neve, mar). Se Praticar ski na neve proteger o nariz, lábios e maças do rosto. Usar óculos escuros. Se praticar atividades aquáticas aplicar filtros resistentes à água.
  • Consumir frutos, legumes e sumos naturais quando estiver ao sol porque são ricos em carotenos; estes ajudam a pele a defender-se da agressão das radiações solares. Ingerir muitos líquidos para compensar a perda por transpiração.
  • Pessoas com problemas de pele devem consultar o médico; o sol é benéfico para alguns problemas e nefasto para outros.
  • Evitar a exposição ao sol após uma depilação ou um "peeling", porque a pele (epiderme) está muito sensível.
  • A exposição ao sol favorece a formação de varizes pelo seu efeito calorífico. Deve evitar-se a exposição das pernas se existem problemas venosos (derrames, varizes, etc.).
  • As manchas da gravidez - Melasma - (pano das grávidas) acentua-se com a exposição solar. Estas manchas podem surgir também pela ingestão de medicamentos, nomeadamente de contraceptivos orais (pílula). Usar nestes casos um écran total.
  • Evitar excessos de higiene antes de ir para o sol (banhos prolongados juntamente com sabões).
  • Evitar absolutamente as lâmpadas de bronzeamento artificial.
  • Após a exposição solar aplicar os produtos para depois do sol que são calmantes e hidratam a pele.

O sol, a praia e as crianças

Não expor diretamente ao sol os bebés até terem completado os dois anos de idade.

Fazer a habituação progressiva ao sol e evitar o período  de maior intensidade solar (entre as 12 e as 16 horas).

Nos primeiros dias de praia, as crianças devem ser protegidas com uma camisola de algodão, com chapéu de abas largas (que proteja o rosto e orelhas) e calção ou fato de banho. A roupa deve ser mantida seca.

A areia da praia nem sempre está limpa. Para evitar risco de irritação, ou infecções cutâneas, evitar deixar o bebé todo nú na praia.

Utilizar sempre um filtro solar de fator de proteção (F.P.S.) 15 ou superior, que deve ser aplicado meia hora antes de ir para a praia e reaplicado regularmente.

Examinar regularmente a pele das crianças para verificar o aparecimento ou alteração de sinais existentes.

Ter cuidado especial com as crianças que têm sinais, cicatrizes ou "manchas". Nestes casos utilizar sempre um fator de proteção mais elevado.

A criança deve beber muita água para se evitar uma desidratação.

Não esquecer a proteção das mãos, orelhas, nariz, lábios e área em redor dos olhos.

Atenção às atividades ao ar livre (desporto e "brincadeiras"). Aplicar sempre um protetor solar.

 

Há sinais e sinais...

A maior parte dos sinais são manchas de células pigmentadas (melanócitos) que vão aparecendo na pele. Apenas um pequeno número é de nascença; a maioria vai surgindo com o tempo e com o crescimento, tendo um aumento durante a adolescência. Num adulto existem aproximadamente 25 sinais em todo o corpo. O número de manchas pigmentadas depende da hereditariedade do indivíduo, das exposições ao sol e de outros fatores como por exemplo a gravidez. Um sinal irregular não é obrigatoriamente maligno, mas pode ter um maior risco de transformação maligna.

Melanoma maligno é uma proliferação de células pigmentadas atípicas. O melanoma pode desenvolver-se a partir de um simples sinal, mais frequentemente se for irregular. Noutros casos, o melanoma maligno surge espontaneamente sobre a pele sã.  O número de melanomas diagnosticados tem aumentado de ano para ano ao longo das últimas 4 décadas, sobretudo nas pessoas de pele clara. O aumento das taxas de incidência do melanoma é estimado em 4-7%, a cada ano. A sua detecção deverá ser numa fase inicial para impedir o aparecimento de metástases (aparecimento de células cancerígenas noutros órgãos), que comprometem o sucesso do tratamento.

O melanoma pode surgir em qualquer lugar da pele, incluindo zonas não expostas ao sol, mas é mais provável que apareça em certos lugares: cara e pescoço, pernas nas mulheres e peito e costas no homem.

 

No dia 16 de Maio celebra-se o Dia Europeu do Melanoma.
Como controlar os sinais?

O auto-exame cutâneo regular é indispensável ao despiste precoce do melanoma. A pele pode ser observada facilmente depois do banho, com o auxilio de um espelho ou com a ajuda de outra pessoa. Deve-se observar todas as partes do corpo e se houver alguma alteração suspeita deve-se consultar o dermatologista.

O tratamento precoce é essencial.

 

Conhecer e avaliar os sinais pelo método ABCD

 

Benigno

Maligno

 

A                   Assimetria 

Grande parte das manchas pigmentadas benignas são simétricas.

Algumas variedades de melanomas iniciais são assimétricos.

B                    Bordo

Os sinais benignos têm, habitualmente, contornos regulares.

O contorno do melanoma em fase inicial é, normalmente, irregular.

C                    Cor

 Normalmente os sinais benignos têm uma cor homogénea.

O melanoma sofre, frequentemente, alteração de cor.

D                    Diâmetro

 Os sinais vulgares, raramente, sofrem alteração de diâmetro (dimensão).

O melanoma tem, geralmente, um diâmetro superior a 6mm.

Uma ou mais alterações destas características poderão ajudar a distinguir um sinal vulgar de um melanoma, como vermelhidão, prurido, hemorragia, aumento de volume.